Acima, uma breve demonstração da arte.
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Em 2016, fui convidada a realizar uma oficina de Origami na 5ª. Semana da Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento, na Universidade Estadual de Guarulhos — UnifespG

Fiquei imaginando o que essa arte milenar teria em comum com os temas do evento da UnifespG mas, posteriormente, percebi que a prática pode ter realmente inúmeras aplicações, chegando até a ser utilizada nas dobras de painéis de pesquisa aero-espacial. 1.

Arte da Dobradura
Embora o papel tenha surgido na China, no século II, o Origami se originou no Japão, a partir do século XVII. Obviamente, com a criação da imprensa, por volta de 1450, o papel, antes raro e muito caro, passou a ser mais acessível, permitindo a expansão e popularização da prática das dobraduras.
Essa arte oriental me fascina há vários anos pois, através da simples dobra de papel podemos exercitar: atenção, concentração, foco, memória, coordenação motora fina, visão espacial, criatividade, paciência, disciplina e, acreditem, existem médicos que recomendam a prática para diminuição do stress e da ansiedade.
E não requer nada, além de um pedaço de papel de forma definida: quadrado, retângulo, triângulo e nossas mãos. Nesta época de tanta tecnologia, o único aplicativo que precisamos são os nossos dedinhos criativos.
Ao preparar a apresentação, com um pouco de história e teoria, me deparei com questões tocantes, principalmente, no que diz respeito à figura do grou, ou garça, representado pelo tsuru, ave símbolo do origami. 2.

É uma ave peculiar, com uma coroa vermelha no alto da cabeça. Além de ser cultuada em casamentos, por se tratar de uma ave monogâmica, há também festivais e danças típicas para ela. E, o que é bem interessante, também estampa cédulas de dinheiro.


Sadako
E reza a lenda que a confecção de 1.000 tsurus promove a Cura, além da Paz. Haja visto a história de Sadako Sasaki que, vítima da irradiação da bomba atômica durante a 2ª. Guerra Mundial, mobilizou seus amigos que, após sua morte, construíram um monumento símbolo da Paz, com a sua figura nas asas do tsuru. 3.

Reflexões
Mas, o mais rico mesmo, é a descoberta de como um movimento tão simples como a dobra de um papel pode gerar tantos reflexos:
· Superamos um desafio ao perceber que conseguimos e que, de nossos dedos, podem brotar figuras lindas;
· Exercitamos a memória e a concentração o tempo inteiro, além das atribuições já mencionadas, para conseguir a sequência certa das dobras.
· Podemos colocar nossa intenção ao confeccionar a figura: dar um presente feito por nós mesmos para alguém, ensinar quem quer aprender, mentalizar a cura de alguém, etc.
Há uma certa magia na prática e, acreditem, quando a gente “briga com o papel” porque a dobra não está saindo conforme o previsto, acabamos perdendo essa briga, pois ele amassa todo e não forma a figura desejada.
É preciso serenidade e harmonia interna para que as figuras surjam corretas e lindas.

Eu gosto de dizer que é uma “meditação ativa”, pois permanecemos no Presente, no Aqui e no Agora o tempo todo.
Há uma infinidade de tutoriais na Internet. Sugiro começar sempre com as figuras mais simples.
E, se possível, com papel próprio pois, geralmente, as medidas do papel são bastante precisas, o que faz com que a gente trabalhe também nossa precisão e capricho, além de todas as competências mencionadas acima.
Eu recomendo o de tamanho 15 x 15 cm. colorido apenas de um dos lados. Para mim, é o mais didático.
A prática pode surpreender se você se aventurar a se concentrar e focar no papel… de origami.
Adendo
Como tenho bastante apreço também pela Filosofia Taoísta e seus vários desdobramentos, me debrucei, em particular, sobre a questão do calendário / horóscopo chinês.

Em 2017 — ano do Macado de Fogo, confeccionei as figuras acima: 4 macacos, 2 com filhotes, cada um feito em uma única folha de papel 15 x 15 cm.
Tive o capricho, inclusive, de colocar olhinhos móveis nas figuras. Fez uma bela diferença.
Em 2023, seguindo a mesma inspiração, confeccionei os doze animais representados no horóscopo, a saber:
Rato, Boi, Tigre, Coelho, Dragão, Serpente, Cavalo, Cabra, Macado, Galo, Cachorro e Javali.

Obviamente, procurei figuras de dificuldade intermediária, nem tão simples e nem tão complexas, mas foi uma experiência fascinante.
Recomendo a aventura.
Referências:
1. https://www.youtube.com/watch?v=3E12uju1vgQ
2. http://www2.ibb.unesp.br/Museu_Escola/Ensino_Fundamental/Origami/Documentos/indice_origami.htm
3. https://www.japaoemfoco.com/origem-do-origami-significado/



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