Ser autenticamente feliz significa tomar posse de nós mesmos, fazer surgir a pessoa que potencialmente somos, tornar-nos mais reais. Richard Schoch
Em seu livro A História da (in)Felicidade, o professor Schoch, da London University, nos mostra os vários caminhos voltados para a busca da tão almejada felicidade na vida.

Como catedrático que é, faz um longo passeio pela história, trazendo várias correntes clássicas de pensamento. O sumário do livro 1nos dá uma ideia da profundidade da obra:
Parte I – Viver para o Prazer:
– Maximize seu prazer (os utilitaristas)
– O prazer é bom (os epicuristas)
Parte II — Conquistar o Desejo:
– Ocupe-se de suas obras (hinduísmo)
– O Iluminado (budismo)
Parte III — Transcender a razão:
– Somente no paraíso (cristianismo)
– A alquimia da felicidade (islamismo)
Parte IV: Aguentar o sofrimento
– Está tudo em sua mente (os estoicos)
– A face oculta de Deus (judaísmo)

Como podemos ver, é uma obra densa, pontuada com algumas tiradas mais irreverentes, ao longo dos textos.
Mas aponta pensamentos que, da mesma forma que é simples, é profundo e atingível:
“Para sermos felizes, precisamos trabalhar a favor da natureza de nosso caráter, não contra ela; devemos tornar-nos a versão aperfeiçoada da pessoa que já somos, não alguém que jamais poderíamos ser.” 2

São correntes bem distintas, mas com alguns pontos em comum como:
– cultivar virtudes
– viver com moral;
– se posicionar com neutralidade;
– manter a serenidade;
– buscar algo maior na vida.
Eu, particularmente, incluiria também o Taoismo, corrente filosófica chinesa milenar, que nos coloca em contato mais próximo com os caminhos da Naturalidade e com os ciclos da Natureza, como forma de buscar a harmonia e, consequentemente a felicidade.

“A alegria do Tao é composta de muitas coisas, mas, principalmente, de uma percepção de que fazemos parte de algo maior do que nós mesmos, um modelo de infinita beleza que flui dentro de nós e a nossa volta. Sentimos essa alegria revelada na Natureza, em nós mesmos e mutuamente, quando experimentamos a unidade do Tao.” 3
Busca Contínua
Da mesma forma, existem vários escritos a esse respeito. Parece ser uma busca incessante e é natural que assim seja. Quem não deseja viver bem, com alegria, saúde, sonhos e plenitude?
Os antigos gregos diziam que nascemos para sermos felizes e realizados.
O que aconteceu no meio do caminho que isso não acontece? Não para a maioria das pessoas, pelo menos.
Talvez seja nosso olhar mais calcado nas questões materiais. Afinal, sabemos que dinheiro pode trazer felicidade, sim, não é?
Mas pode ser que um olhar limitado somente neste sentido, reduza as possibilidades de ampliar nossa percepção a respeito do que é a tal felicidade.
Clássicos

O imperador-filósofo Marco Aurélio (121–180 d.C.), em suas meditações, tem uma visão mais estoica da felicidade:
“Sou feliz porque tendo-me acontecido tal coisa não me entrego à lamúria, nem quebrado pelo presente nem atemorizado pelo futuro.” 4
Passeando pelas possibilidades de Felicidade, poderia dizer que somos felizes à medida em que:

Temos fortes razões para acreditar que o esconderijo mais recôndito da Felicidade está em nosso próprio interior, no profundo do nosso coração, nas entranhas de nossas próprias lógicas e na transcendência de nossas crenças mais elevadas.
Com a força de nosso pensamento e, principalmente, com a nossa imaginação de asas abertas podemos voar mais alto e mergulhar mais fundo na busca de nossas próprias coerências e, assim, buscar o equilíbrio e a serenidade para distinguirmos o que realmente nos faz felizes, completos e plenos.

Referências:
1.e 2. A história da (in)felicidade — Richard Schoch — Editora BestSeller, 2011
3. O Tao da Paz — Diane Dreher — Editora Campos, 1995
4. Pensamentos — Marco Aurélio — Relógio D’Água Editores, 1995
Originally published at https://redesolsocial.com.br on September 20, 2019.



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